sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

quando o bebê nasceu, jogaram a água da bacia fora junto com o Bebê

O natal se aproxima, vejo ele em todas as casas, prédios, empresas, são kilowatts e kilowatts desperdiçados em inúteis piscas piscas. Todo ano é a mesma coisa, milhões de cristãos se aglomeram em igrejas, templos e afins, implorando para o menino Jesus um ano novo melhor, onde a paz e justiça perseverem.
Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que nada muda, todo ano na retrospectiva da  globo os fatos se repetem, mudam apenas os cenários e os atores, em suma, o mundo não vai mudar enquanto acreditarmos que a vontade necessária para tal resida num menino recém nascido que cresceu, morreu, prometeu que ia voltar e deixou de presente uma instituição perversa e estagnada no tempo.
O grande problema não a crença ou a descrença em Deus, o problema é que perdemos a esperança no próprio homem, Deus nenhum estava ao lado de Copérnico, Galileu, Einstein e tantos outros quando os mesmos nós provaram que reside no próprio homem a oportunidade de conhecermos o universo e o próprio ser humano. Muitas vezes  a "santa" igreja católica esteve do outro lado, babando feito um cachorro raivoso ante a dissolução de seus paradigmas autoritários pela ciência. A percepção da não existência de um ser superior ao homem que reside no céu e se ocupa de vigiar seus filhos, punidos com o fogo do inferno, caso os mesmos não obedeçam suas regras tão humanas - Deus não criou o homem a sua imagem e semelhança, o homem criou um deus  a sua imagem e semelhança.
Infelizmente, o ideal de igualdade do cristianismo primitivo se perdeu, a  corrupção tomou conta do Vaticano, a resposta veio ainda na idade média com Lutero, também não deu em nada, gerando uma bando de Macedos gananciosos e perversos.
Em suma, a muito tempo atrás jogaram a água da bacia com o bebê Jesus fora, seus princípios se perderam a muito tempo, hoje deus é apenas mais uma das muitas formas de empreendimento. A resposta para os problemas socias está na modifição completa de nossa sociedade.
É por isso que não dedicarei a ninguém um feliz natal, mesmo que saiba que isso não significa nada além de uma convenção social somada a estímulos mercadologicos baratos, desejo a todos um ano novo de conscientização e de modificações.








sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Imagens de guerra.


A melhor forma de se legitimar uma vitória é através da história, nos dias de hoje, entrar para a história está profundamente relacionado com a quantidade de exposição midiática que se terá. Me lembro de uma cena de um seriado - ROMA - onde César para legitimar seu poder recém adquirido - manda buscar um rei bárbaro e o executa em frente aos cidadãos, evidenciando o tanto o seu poder de monopólio sobre a violência, quanto mostrando a todos como ele ou seja o Estado lida com seus inimigos, uma mensagem clara acerca da hegemonia do Estado perante seus cidadãos. Não sei dizer, pelo menos nunca li nada referente a isto no curso de história, sobre a veracidade do fato representado pelo seriado, o importante é que a lógica da cena é bem simbólica e real. Dias atrás lendo um blog sobre quadrinhos, topei com uma notícia sobre a adaptação dos últimos minutos de vida de Osama Bin Laden para os quadrinhos, interessado decidi ler a reportagem e o quadrinho.
1 - Sobre o contexto de criação do quadrinho, bem podemos perceber claramente o ambiente altamente positivo conquistado pela a administração de Obama, além de matar o principal"inimigo dos EUA" - evento marcado por eventos estranhos, inclusive a ocultação de imagens do corpo de Osama. Agora de uma forma engenhosa, é nos divulgado os últimos momentos de Bin Laden de forma altamente enviesada. Logicamente não considero Osama Bin Laden um homem bom, longe disso, mas também não acredito nem um pouco na justiça by EUA.
O meio onde os quadrinhos são produzidos, não difere muito de um ambiente fabril, onde um grande número de artistas são pagos para reproduzirem um produto de propriedade de um grupo de investidores, cujas posses tocam diversos ramos da economia, setores petrolíferos, bélicos, midiáticos, todos fazendo ou recebendo "lobby" de políticos influentes no Estado, infelizmente, grande parte de nossa representação politica está contaminada pela corrupção. Mas voltando ao quadrinho, recentemente na FIQ, conversando com um desenhista que já trabalhou para a Marvel Comics, o mesmo afirmou para mim que a autonomia para desenhar o que desejar é somente para os artistas conceituados, os demais, devem apenas desenhar o que lhe mandam.
2 - Sobre o quadrinnho, a análise do mesmo possibilita percebemos uma certa manipulação do discurso visando fazer com os valores morais e éticos dos soldados sobressaiam tanto que somos convencidos que aquela forma de se fazer justiça é realmente legitimável ao se tratar de terroristas internacionais, Dados recentes mostram que o público leitor de quadrinho tem cerca de 16 a 35 anos, são jovens que através de uma meio de comunicação são "aculturados".
Enfim, mais uma vez o EUA demonstra suas formas institucionais de exercer influência na realidade.

http://www.actionsecomics.net/2011/12/for-god-and-country-matt-fraction.html - link da notícia.

domingo, 22 de agosto de 2010

Reflexões acerca dos quadrinhos


De início gostaria de colocar em evidência a minha opinião de que o quadrinhos são uma vanguarda artística, tal como o modernismo, o surrealismo, o parnasianismo, etc. O motivo para tal opinião se baseia em considerar o quadrinho uma simbiose bem sucedida entre a literatura, seja ela fantástica, realista, etc, e a pintura.
Da mesma forma que durante o renascimento a pintura foi patrocinada pela elite mercantil, ou seja a burguesia nascente e pela igreja, hoje o quadrinho, muitas vezes tem como "mecenas" a grande indústria cultural ( de propriedade da mesma burguesia, porém aqui, essa burguesia amadureceu e desenvolveu novos métodos de ação).Logo algumas considerações sobre o porque desse patrocínio deve ser aqui explicitada para facilitar o entendimento do meu ponto de vista.
Entendo a arte como um alegoria para representação da realidade, portanto a arte neste caso a pintura foi amplamente utilizada para representar a realidade de um grupo, por exemplo, era interessante para a igreja católica patrocinar os artistas, numa sociedade como a da Europa medieval onde a maioria da população era analfabeta, a melhor forma de se transmitir a ideologia cristã era através dos afrescos, quadros, esculturas representando momentos específicos da vida de Cristo. Ou seja, a pintura tinha uma função pedagógica.
Pensar hoje nos quadrinhos, nos lança num mundo onde a marvel comics é propriedade da Disney, o maior conglomerado da indústria do entretenimento global, logo seria inocente demais pensar que não existe alguma ideologia por de trás dos personagens. O Capitão América talvez seja o melhor exemplo de tal fato. ( fica para outro texto as implicações ideológicas do Capitão). Porém existem quadrinhos que não se limitam a transmitir uma ideologia dos grupos dominantes, eles criticam o modelo que de certa forma lhes sustenta. Quadrinhos dos super-heróis, quando analisados( neste caso devemos nos colocar como um antropólogo e entender o quadrinho em seu "locus" de origem), é dentro da sociedade americana que o quadrinho mais faz sucesso, da mesma forma que a realidade da turma da Mônica não faria tanto sentindo por exemplo na sociedade indiana, mas existe um certo reconhecimento de alguns detalhes representados nestes quadrinhos, motivado pela questão de que tanto o Brasil como os Estados Unidos são países ocidentais, por isso tem elementos culturais semelhantes, motivados claramente pelo imperialismo cultural e econômico dos Estados Unidos, contudo devemos nos lembrar de que cada país tem hábitos distintos o que confere a cada um sua especificidade.
Finalmente, deixo claro que sim, os heróis representam uma ideologia americana, porém, determinados artistas como Brian K. Vaugham, Bill Waterson, Alan Moore, entre outros, criticaram a forma como seus governos e sua sociedade agiam e viviam. Outro fator importante é reconhecer que historicamente, a formação da sociedade americana direcionou para um caminho o pensamento intelectual, dessa forma, para eles faz mais sentindo criticar seu "american way of life" de uma forma distinta da nossa, que muitas vezes e não erroneamente, se configura tendo como norte nossa profunda decepção quanto as políticas sociais implantadas em nosso país. Vale ressaltar que, nossa sociedade e com isso nossos problemas são frutos do modelo econômico capitalista, vigente na maioria do globo.
Este texto foi uma forma justa e curta ( prometo detalhar mais este assunto mais para frente) de dizer que, as sementes da mudança começam a brotar nos mais diversos lugares do mundo, assumindo como todas as manifestações sociais, formas distintas na Argentina, no Chile, na Índia, África do Sul, França, Israel, Irã, Estados Unidos, Alemanha, China e muitos outros. E ainda que as formas de se criticar se tornaram amplas, filmes, músicas, quadrinhos, livros, blogs, jornais independentes, facilitando assim que essas criticas cheguem ao grande público, incentivando assim a reflexão: O mundo deve ser mesmo assim?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Paradoxos do mundo moderno


Recentemente, lendo um texto ( brilhante) de Eric Hobsbawn sobre a relação entre o socialismo e as religiões, pude perceber, que de certa forma a religião não atrapalha em nada o avanço de políticas da esquerda ( faço aqui uma ressalva, tais políticas de esquerda em questão, logicamente não são mais aquelas da cartilha típica do socialismo) estás políticas beiram uma nova realidade experimentada pelo homem, seja em qualquer região do mundo que ele estiver.
Para percebemos tal fato, basta pensarmos em movimentos como a pastoral da terra no Brasil , entidade religiosa intimamente ligada aos princípios marxistas ( ou marxisnianos). Enfim a secularização da sociedade ocidental moderna, limitou drasticamente o poder das religiões, mais por outro lado, a apropriação de certos "métodos rotualísticos" oriundos dos modelos religiosos pela esquerda facilitou bem o entendimento e consequentemente o fortalecimento da esquerda, uma vez que os indivíduos que majoritariamente compõem estes movimentos são de classes desprovidas de capital, seja ele econômico ou cultural ( citando Bordie). Por exemplo, quando a igreja proibiu o enterro de "não-batizados" e "ateus", a sociedade civil, se viu obrigada a "construir" novos ritos funerários que não tocassem nos domínios divinos, dessa forma, movimentos da esquerda ao relembrarem personalidades impares de sua história ( mártires ) sem o apelo religioso, conseguiram, primeiramente criar um movimento de memória e tradição sobre suas lutas e, conseguiram também, tornar o "cotidiano" do grupo mais parecido com aquele com que seus integrantes estão acostumados.
Feito está primeira inferência, devo agora seguir para outro assunto, as sociedades democráticas e anti-esquerda do ocidente, sempre ( a partir do século XIX) deram aos seus cidadões a liberdade de culto, porém recentemente no Estados Unidos, a construção de uma Mesqueita perto do "Ground zero" está sendo amplamente criticada e atacada pela a já tão conhecida direita americana ( será que existe uma esquerda por lá ? ). A primeira vista, claro que todos tomamos um choque, afinal de contas construir ao lado do local do maior atentado terrorista do ocidente ( até porque o título de maior atentado terrorrista do mundo pode ficar para o ataque nuclear realizado pelo Irâ, não, pelo Estados Unidos da América ao Japão) uma "sede" do mal. Mais pensemos bem, se seguirmos está lógica, o que fazer com as igrejas católicas situadas onde antes haviam populações que de forma brutalmente foram extermindas em nome do progresso e da civilização?
A liberdade de culto é um direito, seja em qualquer lugar, se os norte americanos se sentem incomodados com uma mesquita perto do destroços do WTC, garanto que os iraquianos, afegões e indo um pouco para o passado os vietnamitas, se sentiram e sente-se muito, mais muito incomodados com a presença do braço armado da religião capitalista dentro de suas fronteiras.


domingo, 11 de julho de 2010

A felicidade...


Segundo Epicuro, para sermos felizes necessitamos de 3 coisas, amigos, uma vida onde dedicamos um certo tempo para a contemplação e análise de nossas vidas e por último a auto-suficiência, o indivíduo que tem estas três características não precisa de "dinheiro"para ser feliz. Mas, o que significa cada uma destas "virtudes"?. Os amigos são responsáveis por nos ajudar a sermos felizes na medida que eles agem como observadores, espectadores, ouvintes e participantes de nossas vidas, a segunda virtude nos protege de certa forma contra as ações impulsivas e quase sempre "desastrosas" nas esferas das convivências sociais modernas, sociedade marcada pela pluralidade de indivíduos, cada um defendendo uma perspectiva diferente sobre o modo ideal de se viver e por fim, a capacidade de sozinho conseguir "acesso" a maneiras satisfatórias de reproduzir materialmente um estilo de vida que atenda nossas expectativas. Vale observar que o sujeito, quando dotado destas 3 características é feliz por que cada característico mantém uma certa relação dialética com a outra, logo a felicidade somente é plena, quando estás virtudes são atendidas ao mesmo tempo.
Pessoalmente tal idéia de Epicuro, de certa forma foi utilizada por Marx em sua teoria, Marx realizou uma releitura do pensamento de Epicuro, considerando aqui o sentindo subjetivo e o sentindo objetivo da palavra releitura.
Mais triste ainda, é perceber que a opressão que a classe dominante lança sobre os oprimidos, usa destas "virtudes" para nos estimular a consumir, utilizando-se propaganda, ferramenta cruel a elite dominate nos faz acreditar que aquele estilo de vida é o ideal, o mais feliz.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Fragmento do discurso" A importância da História" , de Girimov Dostki.

"Ao nascermos somos "jogados" num mundo pré-existente, que existe para além de mim, você e de todos, este mundo já se encontra em um sentido, logo crescemos aprendendo os sentindos das coisas, sentodos estes, que são dados pelo próprio rumo que o mundo tem. Nascemos e morremos no meio do processo histórico do mundo , a importância da História está justamente em nos capacitar o entendimento parcial e tendencioso deste processo, desta forma podemos mofificar ou lutar por modificações no mundo."
GirimovDostki. 25 de novembro de 1865, Palácio Real da Armada de Vlavostók.

terça-feira, 15 de junho de 2010

A exploração (des)humana da natureza.


Quem pagará pelo enorme prejuízo ambiental causado pelo acidente ambiental no golfo do México?
Mais uma vez a lógica do capitalismo que visa o lucro, e conseqüentemente torna impossível um relação entre homens e a natureza, já que coloca o "valor monetário" que a natureza pode ter como mediador desta relação, trouxe para a Terra um grave problema ambiental. O presidente americano, Barack Obama, considerou o acidente como o "11 de setembro" do meio ambiente, afirmando que este acidente ira causar uma modificação na forma como o a natureza e sua exploração são vistos hoje.
Infelizmente, nenhum animal atingindo, ira se manifestar em frente a Casa Branca, em frente a cede da empresa BP ( British Petrol), mostrando o dano causado a vidas deles, para nos humanos, resta-nos, lutar para que a justiça seja feita.
Ou, podemos refletir de forma crítica em como esse sistema do "lucro" que define as inovações tecnológicas, as condições de produção, a qualidade dos produtos e a sustentabilidade da natureza e da sociedade vem ao pouco acabando com a unica "casa" que temos, a Terra.
Não adianta nada acreditar que essa "onda verde" de produtos ecológicos resolverá o problema, quando na verdade, estas estratégias então inseridas na mesma lógica que os outros produtos, a questão dos produtos "verdes" é mera estratégia de algumas empresas para atingir taxas mais altas de lucros.
E os benefícios que a política de punições financeiras há estas empresas que danificam o meio, são relativos, já que provavelmente a empresa irá repassar essa conta para os consumidores através de taxações.
Logo, para resolvermos o problema da exploração desenfreada da natureza e também do homem, devemos rever a lógica capitalista, penso que o primeiro passo rumo ao um futuro melhor, seria a substituição dos combustíveis fósseis, por combustíveis renováveis, como a energia solar, energia eólica, a energia geotérmica, etc.